sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

E, afinal de contas, o que é medicina alternativa, se é que essa coisa existe?

As técnicas e métodos agregados sob esse nome são tão distintos que se torna impossível criar uma definição coerente para o termo. Nem todas são naturais, nem todas são holísticas, nem todas são orientais, nem todas são não-oficiais.

A visão de que o corpo é um organismo interligado – e, portanto, não pode ser subdividido em partes independentes – parece ser uma das principais vantagens de muitas técnicas alternativas em relação à ortodoxia médica.

Nos últimos anos, as “duas medicinas” têm se aproximado e hoje admitem a possibilidade de incorporar características uma da outra.

Porém a imensa maioria dos estudos científicos sobre o assunto é pouco rigorosa. Bons estudos são caros e muitas vezes dinheiro é um problemão para homeopatas, cromoterapeutas e afins. Medicamentos da medicina ortodoxa geralmente são testados sob patrocínio de grandes laboratórios farmacêuticos, interessados em comercializá-los. Já as técnicas, práticas e remédios menos rentáveis não encontram apoiadores tão facilmente. Não há muitas grandes empresas interessadas em divulgar a acupuntura ou a iridologia.

Enquanto não há pesquisas suficientes, a medicina alternativa se baseia, muitas vezes, nos resultados obtidos no consultório, no tratamento de pacientes. É importante lembrar que o fato de não existirem pesquisas que garantam a eficiência de um método não comprova que esse método seja ineficiente.
Como regra geral, vale dizer que nenhuma das terapias alternativas deve ser usada em todas as circunstâncias. Se houver qualquer razão para suspeitar de uma doença mais séria, como um câncer ou uma infecção que não passa, um médico convencional certamente vai estar mais equipado para fazer o diagnóstico.

As terapias alternativas podem ser boas maneiras de se manter saudável – já que muitas delas pregam o “equilíbrio” nos vários aspectos da vida, um jeito bem razoável de se prevenir de doenças. Elas também são uma saída para problemas causados por males “subjetivos” – as várias doenças ligadas à tensão, por exemplo, podem se beneficiar muito de métodos holísticos, que incluam conversas com o terapeuta, música tranquila e massagens. Doenças misteriosas como as alergias, ainda mal compreendidas pela medicina do Ocidente, igualmente parecem se beneficiar de tratamentos como a acupuntura e a homeopatia.

Mas, afinal, se na maioria das vezes não sabemos se a medicina alternativa funciona, por que então utilizá-la?

Parte dos pacientes que buscam a medicina alternativa compartilha a aversão por substâncias químicas ou drogas e privilegiam substâncias naturais em diversos campos de sua vida.
Mas a insatisfação com a medicina ortodoxa também pode estar ligada a fatores que em nada têm a ver com a filosofia de vida do paciente. Pacientes costumam ter uma queixa comum quando o assunto é medicina convencional: acreditam que o médico não lhes dá a devida atenção. A maioria das denúncias encaminhadas aos órgãos que regulamentam o exercício da medicina não se deve a erros médicos e sim à relação médico-paciente. Eles
reclamam que o médico não tem tempo suficiente para atendê-los ou que não entendem as explicações sobre os procedimentos usados.
 
Porém é importante conhecer os princípios de cada tipo de tratamento alternativo e saber evitar os charlatões. Mas talvez seja igualmente importante conseguir acreditar no seu terapeuta. Nesse sentido, mil pesquisas provando isso ou aquilo não substituem uma coisa: a confiança que você tem no seu médico, seja ele ortodoxo ou alternativo.

Abaixo estão listados alguns dos tratamentos mais famosos:

Acupuntura
O que é - Uma das técnicas da medicina tradicional chinesa, a acupuntura consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Sua base filosófica indica que esses pontos afetam os diferentes órgãos e estão localizados sobre canais de energia (chamados meridianos) que se espalham pelo corpo.
O que a ciência acha - Sabe-se que os pontos têm relação com o sistema nervoso – e o sistema nervoso influencia todo o corpo. Mas cientista nenhum encontrou os tais canais de energia. A técnica não costuma oferecer resultados a curto prazo, mas revelou-se eficiente contra efeitos colaterais de remédios, enjôos, doenças respiratórias, dores e problemas de pressão.

Homeopatia
O que é - Inventada no século 18, é uma especialidade médica no Brasil, mas ainda não foi reconhecida como tal em países com tradição em medicina alternativa, como Canadá e Estados Unidos.
O que a ciência acha - Muito utilizada contra doenças crônicas como alergias, asma, rinite e enxaqueca, ainda não comprovou eficiência além do placebo nesses tratamentos. A ciência ignora o modo pelo qual age, mas reconhece alguns resultados. Pode ser o caso mais bem-sucedido de manipulação de placebo.

Iridologia
O que é - Os praticantes da técnica afirmam que podem oferecer um diagnóstico físico, psicológico e emocional a partir da análise da íris.
O que a ciência acha - Não tem validade científica. A tese de que males físicos se reflitam nos olhos não é absurda. Mas determinar o estado de saúde de alguém tendo como base apenas isso pode gerar diagnósticos incompletos, o que é perigoso.

Cromoterapia
O que é - Baseia-se na idéia de que cores têm efeito curativo abrangente. Os tratamentos envolvem alimentação, modo de se vestir, relação com o ambiente, além da visualização de cores para efeito terapêutico.
O que a ciência acha - Não há qualquer evidência de eficácia. De forma alguma deve substituir o tratamento convencional. Mas a cromoterapia pode trazer bem-estar – e bem-estar é bom para a saúde.

Fitoterapia
O que é - Consiste na manipulação de plantas e ervas para a cura de doenças e redução dos sintomas. Prega que as plantas devem ser consumidas integralmente e não combinadas a substâncias químicas que realçam o efeito do princípio ativo, como na medicina ortodoxa.
O que a ciência acha - A idéia de que plantas curem faz todo sentido. Praticamente todos os remédios da medicina ortodoxa têm seus princípios ativos retirados de plantas ou de outros seres vivos. E é realmente saudável procurar por substâncias benéficas, em pequenas doses, na alimentação – o que ajuda a evitar efeitos colaterais causados por doses grandes demais.

                                                                                        Fernanda Procópio

Referências Bibliográficas:

Cavalcanti, N. Medicina Alternativa: Benefícios ou Malefícios. Ago. 2009. http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/pontos-de-vista/322. Acesso em: 22/01/2014.
Nunes, A. C.; Soalheiro, B. Medicina Alternativa. Jan. 2004. http://super.abril.com.br/ciencia/medicina-alternativa-444331.shtml. Acesso em: 24/01/2014.
Associação Brasileira de Medicina Complementar.
www.medicinacomplementar.com.br. Acesso em: 20/01/2014.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Armas biológicas e a indústria farmacêutica.

As armas de biológicas estão entre as mais temidas na atualidade, pois são capazes de grande devastação contaminando a água, o ar, a terra e os alimentos, além da contaminação direta do indivíduo. Podem ser fabricadas em laboratórios e são feitas a partir de toxinas, bactérias, vírus, fungos ou outros microorganismos capazes de prejudicar a saúde do homem.  

O serviço de inteligência americano, CIA, calcula que vinte países têm armas químicas e biológicas. Os arsenais conhecidos estão nos Estados Unidos (30 mil toneladas), na União Soviética (400 mil toneladas), na França e no Iraque. Os países que provavelmente têm mas não confessam são Egito, Síria, Líbia, Israel, Irã, Etiópia, Birmânia, Tailândia, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Vietnã, Formosa, China, África do Sul e Cuba.
Sabemos que os grandes laboratórios da indústria farmacêutica tem todo o potencial para a criação desse tipo de arma e muitos laboratórios podem estar criando armas químicas e biológicas como teria ocorrido na Líbia. Esse lado obscuro da indústria farmacêutica já foi até relatado no mundo fictício como por exemplo na série de livros, filmes e jogos Resident Evil, em que a empresa farmacêutica Umbrella Corp. que é oficialmente uma empresa farmacêutica comum que vende remédios e até mesmo produtos de higiene pessoal, tem, com aval do governo local, uma divisão de pesquisa de armas biológicas escondida em sua empresa.
Sabe-se que existe um grande jogo de interesses envolvendo grandes empresas e os governos de diversos países que muita coisa é escondida do público comum, exemplo disso e o atual escândalo da espionagem americana que nos mostra que não sabemos realmente no que os países estão se envolvendo. A indústria farmacêutica tem o conhecimento necessário e a capacidade de produzir este tipo de armamento, sendo uma forte candidata a trabalhar com esse material.
Que fique claro que o caráter especulativo desta matéria se da devido a dificuldade que se tem de encontrar informações concretas sobre o assunto, temas que envolvem conteúdo inconveniente, seja do ponto de vista financeiro ou de relacionamento internacional tendem a ser assim.
É realmente contraditório pensar que uma indústria que deveria ter o objetivo melhorar o bem-estar e aumentar a perspectiva de vida do ser humano pode estar colocando em risco a vida diversas pessoas ao criar verdadeiros arsenais de guerra, mas já vimos em outros posts aqui do blog que este tipo de contradição não seria novidade.

                                                                                                                                     Victor Alex

 Fontes e Referencias

1) Brasil Escola. Armas Biológicas Disponível em:http://www.brasilescola.com/biologia/armas-biologicas.htm(Acessado em: 20/01/2014).
2)Mundo Estranho. O que é uma arma biológica. Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-uma-arma-biologica (Acessado em: 20/01/2014).
(3) Mundo Educação. Armas biológicas. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/biologia/armas-biologicas.htm Acessado em 20/01/2014).




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Teste Antiéticos com Cobaias Humanas no Terceiro Mundo.


As industriais farmacêuticas usam cada vez mais países subdesenvolvidos, para testar seus novos medicamentos, infelizmente eles não estão lá por questão humanitária e sim por estratégia de mercado, barateando as pesquisas de remédios para população de países ricos, e são acusadas de realizarem testes antiéticos, testes que não teriam aprovação nos Estados Unidos e União Europeia.

Os principais motivos que levam os pesquisadores, financiadores e grandes laboratórios para os países pobres é a vulnerabilidade da população local, isto porque a maioria dos habitantes tem uma precária condição de vida sem acesso à educação, saúde e alimentação. Além de grandes incidências de doenças endêmicas.
Estas condições todas facilitam obtenção de 'voluntários', estes muitas vezes participam sem sabe que são cobaias em uma pesquisa, e os que saber que vão participar de algum teste não recebem informações necessária ou não sabe dimensionar os riscos aos quais estão expostos. Muitos deles participam em trocas de um tratamento de uma doença, o filme 'O Jardineiro Fiel' do diretor brasileiro Fernando Meirelles conta esta realidade, o tema principal é a ética na pesquisa com seres humanos, o filme conta a historia de uma conspiração entre a industrial farmacêutica, Reino Unidos e o Governo local do Quênia, onde pessoas soropositivas só recebem o tratamento para AIDS se consentir em participar de um teste de um novo medicamento para Tuberculose.
Fornece um tratamento em troca de participação em uma pesquisa ferir a Declaração de Helsinque, que um conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos, esta diz também que em pesquisa clínica com seres humanos, considerações relacionadas ao bem-estar dos ser humano que participar da pesquisa devem prevalecer sobre os interesses da ciência e sociedade. Infelizmente muitos laboratórios e financiadores de pesquisas não segue esta declaração e ultrapassam a barreira da éticas em seus estudos em países pobres.
Em 1996 houve uma epidemia de meningite na Nigéria, a Pfizer, maior Industria Farmacêutica do mundo, alegando ajuda humanitária testou o antibiótico trovafloxacino (Trovan®), em centenas de crianças, onze delas morreram e outra tiveram problemas cerebrais. Nos Estados Unidos este medicamentos foi aprovado em uso somente para adultos hospitalizados em caso onde o medicamento ofereça benefícios superiores aos riscos. A agência reguladora europeia (EMEA) baniu do mercado as especialidades que contêm trovaloxacino e seu pró-fármaco injetável.
Em 1997 Marcia Angell, professora de Harvard e editora chefe da maior revista cientifica medica do mundo, o New England Journal of Medicine, assinou um editorial nesta revista sobre estudo antiético patrocinado pelo poderoso National Institutes of Health (NIH, que agrega 27 centros de pesquisa norte-americanos), apoiado pelo Food and Drugs Administration (FDA), que colocava fetos de gestantes soropositivas africanas em risco de contrair o HIV.
Esta pesquisa foi realizada com AZT com 17 mil mulheres grávidas soropositivo africanas e tailandesas, colocaram em risco os fetos de contrair HIV, onde um tratamento longo e eficaz que custava $800 foi substituído por um tratamento curto com o custo $50, a eficácia do AZT caiu de 66% para 50%. A metade das voluntarias foram tratada com o tratamento curto, só nesta amostra vários caso de AIDS que poderiam se evitado não foram e a outra metade recebeu placebo o que é totalmente antiético.
Devido à precária condição de vida muitos habitantes do Terceiro Mundo sofre uma desvalorização de sua vida em pró da saúde de habitantes de Primeiro Mundo, já que este são os grandes consumidores de medicamentos, muitos pesquisadores alegam que aquelas pessoas de países subdesenvolvidos estão condenadas a morte para justificar os testes. O problema que nas duas pesquisas acima mortes e fetos com AIDS poderiam se evitados se ao invés de teste fosse oferecido os tratamento indicado. 
Edson Lopes   
                                                                                                                   
Fontes e Referencias

1) Centro de Bioética CREMESP. Declaração de Helsinque. Disponível em:

 http://www.bioetica.org.br/?siteAcao=DiretrizesDeclaracoesIntegra&id=4 (Acessado em: 20/01/2014).

2)TERRA. Cientistas privilegiam pesquisa de doenças de países ricos. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI419927-EI298,00-Cientistas+privilegiam+pesquisa+de+doencas+de+paises+ricos.html 

( Acessado em: 20/01/2014).

(3) Academia Medica. Sobre Ética, Médicos e a Indústria Farmacêutica. Disponível em: http://academiamedica.com.br/sobre-etica-medicos-e-a-industria-farmaceutica 

(Acessado em 20/01/2014).

(4)Nigeria processa Pfizer por testes de drogas em crianças. Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/06/070605_pfizernigeriafp.shtml
 
 (Acessado em 20/01/2014).




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Programa "A verdade sobre as drogas"

Normalmente quando pensamos em drogas, vêm à mente principalmente as substâncias entorpecentes ilícitas, como maconha, cocaína e crack, etc... Mas poucos se dão conta que o perigo pode estar em substâncias cotidianas, como bebidas alcoólicas e medicamentos. 

Em seu programa diário de rádio, o Dr. Anthony Wong (médico toxicologista, que trabalha no Hospital das Clínicas em São Paulo), já citado em textos no blog, esclarece as principais dúvidas, traz relatos de pacientes, e discorre sobre os efeitos dessas substâncias no organismo.

Os programas estão disponíveis em: 
http://jovempan.uol.com.br/noticias/saude/a-verdade-sobre-as-drogas/ 

- por Hermano Bonicio.

Louis Pasteur e a vacina contra a "raiva"

Louis Pasteur foi um importantíssimo cientista do século IX. Ele nasceu na cidade de Dole, na França, em 1822. Deu notáveis contribuições para o saber científico nas áreas de química, física e prevenção de doenças. Foi ele o responsável pela criação do famoso processo de pasteurização, utilizado até hoje na produção de bebidas e derivados do leite.

Outra grande contribuição foi na área de saúde, como já citado. Ele e sua equipe são responsáveis pela criação da vacina da raiva. A raiva é uma doença devastadora, e antes da criação da vacina, não havia cura para ela. Normalmente essa doença ataca cães, morcegos, lobos, etc. Quando infectado o animal entra em frenesi, e ataca tudo que chega perto dele. Quando um ser humano é atacado e infectado, ele também apresenta um comportamento extremamente agressivo. A doença degenera o sistema nervoso do hospedeiro, que acaba sucumbindo após extremo sofrimento. A raiva já chegou a devastar toda a população canina de certas regiões e sempre causou grandes problemas para a humanidade.

Louis Pasteur então começou a desenvolver uma vacina para essa doença em 1880. Como toda pesquisa ele começou a fazer os testes preliminares em animais. Após 5 anos, ele não tinha feito nenhum ensaio em seres humanos ainda, porém logo teria sua chance. Estava muito impaciente e até cogitava inocular a doença em si mesmo para fazer os testes. Em 1885 um menino de 9 anos chamado Joseph Meister, filho de camponeses, foi atacado por um cão raivoso. Sua mãe, temendo pela vida de seu filho o levou à Pasteur, buscando um tratamento. O garoto estava muito ferido, e vendo o seu estado, Louis decidiu iniciar o tratamento, alegando que os testes em animais já tinham sido concluídos.

Durante os cuidados do paciente, o ajudante de Pasteur se recusou a continuar no experimento, por motivos que só foram revelados muito tempo despois, com a publicação dos cadernos da pesquisa. Na verdade os testes com animais ainda não tinham sido concluídos e os dados não eram completamente conclusivos. Ao ver o menino ser exposto a um tratamento que poderia colocar sua vida em risco, o ajudante decidiu não participar de tal ato, pois achava extremamente irresponsável. Nem toda pessoa que é atacada por um animal raivoso necessariamente é infectada, e o tratamento poderia ter matado o garoto.

Felizmente, o tratamento de Louis Pasteur foi um sucesso, e o menino foi curado completamente da doença. Entretanto essa história poderia ter terminado muito mal e destruído a reputação de toda a equipe. Até que ponto vale a pena correr esses riscos? Os fins justificam os meios? É certo que o máximo de testes possíveis devem ser feitos, mas será que é certo negar um tratamento para um pessoa em risco de vida, só por que eles ainda não foram concluídos? Muitos pontos devem ser levados em consideração, e certamente nenhuma das opções que podem ser escolhidas é totalmente correta.

- por Victor Buratto Tinti.



Fontes:

http://www.brasilescola.com/doencas/raiva.htm/  (acessado em 13/01/2014 - 12:28)
http://cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_31/EraUmaVez.html/  (acessado em 13/01/2014 - 12:28)
http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/pasteur_louis.shtml/  (acessado em 13/01/2014 - 12:29)
http://www.todabiologia.com/pesquisadores/louis_pasteur.htm/  (acessado em 13/01/2014 - 12:30)
http://educacao.uol.com.br/biografias/louis-pasteur.jhtm/  (acessado em 13/01/2014 - 12:30)
http://www.brasilescola.com/biologia/louis-pasteur.htm/  (acessado em 13/01/2014 - 12:31)

domingo, 5 de janeiro de 2014

Ética da propaganda da indústria farmacêutica e o vício em remédios

A poderosa publicidade da indústria farmacêutica, a irresponsabilidade de muitos profissionais da área, a ignorância dos usuários e as negligências do governo e dos órgãos reguladores criaram um vício tão perigoso quanto o das drogas ilícitas: a farmacodependência.

Você pega as roupas de seu filho adolescente para lavar, e de repente encontra um cigarro de maconha no bolso da jaqueta. O sentimento é de decepção, medo, angústia, seguida da amargurada constatação: “Meu filho é um drogado!”.  Enquanto torce mentalmente para que ele não esteja viciado, você corre para seu armário de remédios e toma o calmante que usa nos momentos de tensão, se preparando para a difícil conversa que terá com ele. Neste mesmo armário é que você encontra o alívio para o corpo e a alma. São analgésicos, ansiolíticos para relaxar, anti-inflamatórios e até mesmo comprimidos de anfetamina usados para conter o apetite. O que você não sabe é que alguns desses remédios ingeridos de forma descontrolada podem causar mais danos à saúde e dependência que as substâncias conceituadas por você como “drogas ilícitas”.

Uso abusivo e crescente de medicamentos

“Do ponto de vista científico, não há diferença entre um dependente de cocaína e um viciado em remédios que contêm anfetamina”, diz o psiquiatra Dartiu Silveira, coordenador do Programa de Orientações e Assistência a Dependentes (Proad), da Unifesp. Então, como explicar a extrema intolerância social diante das drogas ilícitas acompanhadas de uma permissividade leviana diante de drogas prescritas pelos médicos? (Colocando o Brasil na 6ª posição no mercado farmacêutico mundial com um consumo de R$ 70 bilhões e com uma previsão para 2016 de ocupar a 4ª posição com R$ 110 bilhões). Afinal, precisamos mesmo de tantos remédios?

Segundo a maioria dos especialistas, a resposta é não. Apesar dos problemas de saúde da maioria dos brasileiros pobres e das doenças mais comuns entre a classe média e os ricos, o uso abusivo e irregular de medicamentos cresce numa velocidade preocupante. A quantidade de estabelecimentos farmacêuticos no nosso país é um bom indicador. Existem mais drogarias do que estabelecimentos que vendem pão no Brasil. São 83 mil farmácias, contra 64 mil padarias.

Fácil de adquirir e principal causador de intoxicação

É muito fácil adquirir medicamentos no Brasil. Seja nas próprias farmácias, ou por telefone e até mesmo pela internet, com ou sem receita. Balconistas e técnicos em farmácia diagnosticam doenças e “tratam” pessoas com remédios da moda, dos analgésicos e anti-inflamatórios aos fármacos para emagrecimento e antidepressivos. Segundo alguns especialistas, apenas 30% dos medicamentos vendidos no Brasil são com prescrição médica.

As consequências disto são resultados alarmantes: segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), por mês, no Brasil são registrados mais de 4.000 casos de intoxicação por remédios, superando os acidentes com animais peçonhentos, produtos químicos e pesticidas. Somente o Hospital das Clínicas de São Paulo registra mais de 600 casos por mês e o mais preocupante é que 35% são crianças. As principais causas das intoxicações são: automedicação, superdosagem, prescrições e manipulações erradas, acidentes domésticos (principalmente casas com muitos remédios, de sabor doce, embalagens coloridas e com acesso fácil para crianças) e tentativas de suicídio.

Mas este problema não é de exclusividade apenas do nosso país. Nos Estados Unidos, mais de um milhão de pessoas todos os anos são levadas aos hospitais após a ingestão de medicamentos. Este e outros fatos levaram em 2004, pesquisados da Universidade de Nova Iorque a fazerem um estudo que revelou dados assustadores. Os resultados mostraram que os laboratórios que forneciam medicamentos para o país gastaram em um ano 58 bilhões de dólares com publicidade e promoções e apenas US$ 32 bilhões com pesquisa e desenvolvimento.

Outro levantamento revelou ainda que o monopólio dos medicamentos aplica cerca de 90% dos recursos para pesquisa e desenvolvimento de remédios contra doenças que, como o diabetes (que atinge 10% da população mundial), possibilitam um tratamento caro e prolongado. Por outro lado, moléstias infecciosas como a malária, que atinge 300 milhões de pessoas por ano, ou a tuberculose, que mata 2 milhões de vidas anualmente, e para as quais não se lança um medicamento há 30 anos, são deixadas em segundo plano, pois oferecem menor lucratividade.

Propaganda: a alma do negócio farmacêutico

Assim como os fabricantes de cerveja, o monopólio farmacêutico não admite controle, ainda que formal, sobre a propaganda. Impõe forte oposição às propostas da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para atualização da regulamentação da propaganda de medicamentos, e nesse esforço tem a ajuda do poderoso mercado publicitário. No último ano, a indústria farmacêutica brasileira gastou cerca de R$ 3 bilhões com publicidades em televisão, rádio, outdoors, patrocínios e eventos.

Cerca de R$ 1 bilhão dos investimentos publicitários foram somente com remédios OTC (Over-The-Counter), medicamentos isentos de prescrição médica como Advil, AAS, Anador, Aspirina, Cataflam, Multigrip, Neosaldina, Novalgina, Tylenol, dentre centenas de outros antiácidos, vitaminas, produtos fitoterápicos, descongestionantes nasais, analgésicos e até colírios.

O chefe do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas, doutor Anthony Wong alerta: “Não há remédio 100% seguro. Os analgésicos podem provocar intoxicações e problemas graves, apesar da fama de grande margem de segurança e poucos efeitos adversos”. Segundo ele a combinação de certos OTC podem causar hemorragias gastrintestinais e eventualmente nefrite (inflamação dos rins). “A combinação de vitaminas com anti-inflamatórios ou analgésicos são formulações absurdas do ponto de vista médico e farmacêutico. Os riscos são maiores do que os benefícios.”

A divulgação e promoção de medicamentos junto à classe médica são feitas de diversas maneiras, com destaque para os milhares de representantes que frequentam os consultórios médicos para oferecer informações, amostras, brindes e até decorações da clínica, como já denunciado em uma reportagem da TV Bandeirantes em 2008.

Além da publicidade feita em meios de comunicação, algumas empresas patrocinam seminários, simpósios e congressos. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o apoio a profissionais da saúde para participar de simpósios regionais ou internacionais não seja condicionado a qualquer obrigação para promover produtos farmacêuticos, porém esta recomendação tem sido mundialmente ignorada.

Em 2009 a ANVISA criou uma nova regulamentação sobre propaganda de medicamentos e periodicamente cria atualizações (as chamadas RDC – Resoluções da Diretoria Colegiada). A partir deste ano também se intensificaram as fiscalizações das publicidades e das informações contidas nas embalagens dos medicamentos, principalmente os de venda livre (OTC). Mas ainda há empresas que desrespeitam as resoluções. Porém, as que são autuadas pagam multas irrisórias em vista dos investimentos em propaganda e faturamento.

Fica muito claro que o principal interesse dessas empresas é apenas o lucro, não demonstrando interesse algum em fazer investimento nos locais onde realmente há necessidade de medicamentos, como para as pandemias em países subdesenvolvidos.

Para finalizar, no gráfico abaixo fica bastante evidente o desequilíbrio no faturamento mundial da indústria farmacêutica. Enquanto a população de países desenvolvidos e emergentes gastam bilhões de dólares com ansiolíticos, antidepressivos, antigripais e medicamentos para tratamentos longos e caros, as populações dos países subdesenvolvidos sofrem com enfermidades que os laboratórios não têm interesse em investir no desenvolvimento de remédios para as doenças, pelo fato das populações destas localidades não possuírem um capital de interesse para eles.




Marcos Vasconcelos


Fontes e referências:

(1)   ANVISA. Informações e dados disponíveis em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos

(2)   Centro de Assistência Toxicológica – Ceatox. Dados disponíveis em: www.ceatox.org.br

(3)   IMS Health, empresa que audita o mercado farmacêutico mundial. Site: http://www.imshealth.com

(4)   Jornal A Nova Democracia – “Laboratórios têm a dosagem certa da corrupção”. Texto disponível em: http://www.anovademocracia.com.br/no-47/1885-laboratorios-tem-a-dosagem-da-corrupcao

(5)   Jornal Folha de São Paulo – “Vício em remédios supera abuso de drogas ilícitas”. Texto disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd2502201001.htm

(6)   Pyxis Consumo – Ibope Inteligência (abril de 2013). Dados disponíveis em: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/Venda-de-medicamentos-deve-movimentar-70-bilhoes-no-Brasil.aspx


(7)   Radis, Comunicação e Saúde – “Propaganda de remédio faz mal à saúde”. Texto disponível em: http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/revista-radis/28/reportagens/propaganda-de-remedio-faz-mal-saude

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Dica de filme: O Jardineiro Fiel

        Filme que retrata o lado obscuro da indústria farmacêutica e sua grande influência na manipulação dos testes dos fármacos através de cobaias humanas, nos países em desenvolvimento. Confira algumas opiniões:
      "Para mim o Jardineiro Fiel tem como tema a ética na saúde e a desvalorização da vida do povo africano pela industria farmacêutica, especialmente no Quênia onde se passa a historia, o filme mostra o lado obscuro da indústria farmacêutica, que realiza teste na população africana de medicamentos novos em troca de tratamento de doenças endêmicas.  Devido à desinformação e o não acesso a uma saúde de qualidade, os africanos aceitam ser cobaias humanas no desenvolvimento de medicamentos voltados para doenças de países ricos, sem saber os riscos que estavam expostos."
                                                                                                                                  Edson Lopes           
      "O Jardineiro Fiel – Dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles
       O filme mostra a triste realidade que está por trás dos testes de novos remédios realizados em países subdesenvolvidos, em especial na África, e que, no entanto não é de conhecimento de grande parte dos consumidores em todo o mundo. No longa-metragem, fica claro que o objetivo destas indústrias é apenas o lucro e de forma alguma há qualquer preocupação com a saúde das vidas usadas como cobaias. Claro que há empresas responsáveis, que respeitam o ser humano e tratam estas pessoas com o devido respeito, mas este tema é apenas um exemplo do ponto em que a ganancia do ser humano pode chegar à procura de lucros – enquanto empresas faturam bilhões de dólares, vidas são mensuradas entre de maiores e menores valores."
Marcos Vasconcelos

     "Estamos acostumados a aceitar o que acontece a nossa volta sem muito questionamento, acreditamos no que nos e mostrado sem nem sequer suspeitar que pode muita coisa escondida por trás das coisas mais simples de nosso dia a dia. O filme “O Jardineiro Fiel” nos mostra isso, ao comprarmos um remédio para dor de cabeça, por exemplo, vemos apenas um simples ato de cuidado pessoal, sem saber o que de fato podemos estar financiando."
                                                                            
        Victor Alex Fernandes


                                                                                                 Por: Henrique do Reis 

    " O filme “O jardineiro fiel” dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, é uma obra que relata a metodologia mafiosa das grandes indústrias farmacêuticas. A “Três abelhas” é uma companhia que utiliza o povo negro africano – em especial do Quênia - como cobaias de pesquisa. Aplicam seus novos medicamentos na população e colhem resultados, para que futuramente os mesmos possam sem vendidos no primeiro mundo. A discussão se dá pelo fato do povo africano desconhecer o verdadeiro intuito da companhia, não imaginam que são tratados como “animais de laboratório”. Este contexto turbulento resulta em milhares de pessoas mortas sem uma justificação oficial plausível."

                                                                                                                      Igor Rodrigues de Oliveira